Miguel Reale Júnior. O Estado de São Paulo, 5 de novembro de 2022:
Que Lula, com sua experiência, saiba, além de governar, conciliar esta nação conflagrada pela direita populista. No Palácio da Alvorada, durante dois dias Jair Bolsonaro percorreu corredores, solitário, desvairado, esperando a intervenção não dos militares, mas dos deuses para confirmar ser ele um mito de pés firmes, que salva o País das garras do maléfico. Mas, na verdade, Bolsonaro não passa de um blefe, de um mito de pés de barro, que iludiu quase metade da população, mulheres e homens crédulos, atemorizados hoje, como nos antigos tempos da guerra fria, diante do perigo do “comunismo”. Essa ameaça imaginária ocorreu, mas há outros ingredientes a serem analisados.