O INSTITUTO DE ESTUDOS CULTURALISTAS – IEC teve origem na ideia de reunir os livros jurídicos oriundos da biblioteca do Professor Miguel Reale, bem como os livros de Direito e das demais Ciências Humanas pertencentes aos Professores Miguel Reale Júnior e Judith Martins-Costa.

Longe de ser apenas uma reunião física das obras, o objetivo dos seus instituidores estava em dispor de um espaço que, desde a concepção arquitetônica, promovesse o interesse na pesquisa e na discussão de temas relativos a toda a criação cultural e aos dramas da contemporaneidade em um ambiente de estudo desinteressado, voltado ao diálogo e à reflexão.

Esta perspectiva inspira-se no culturalismo de Miguel Reale, compreensivo da cultura como um paradigma, na acepção que lhe foi conferida por Thomas Kuhn, propiciando, assim, a revisão ou a renovação de teses e idéias que pareciam assentadas na História. Segundo essa concepção, co-implicam-se dialeticamente Cultura e História, porque toda a cultura é histórica, consistindo, em sua acepção social, no “acervo de bens materiais e espirituais acumulados pela espécie humana através do tempo, mediante um processo intencional ou não de realização de valores” (REALE, Miguel, Paradigmas da Cultura Contemporânea, São Paulo, Saraiva, 1996, p. 3)

Para ser exitoso o projeto careceria do apoio ativo de pessoas que compartilhassem, além do amor aos livros, a aversão à publicização de tudo que se faz, a contaminante e endêmica doença da divulgação (razão pela qual as principais partes deste só tem acesso os associados). Felizmente, desde logo houve a adesão entusiasmante e militante de um grupo de jovens estudiosos, co-autores de diálogos que se têm desenvolvido sobre temas os mais variados, sob a forma de seminários, corporificados em encontros onde impera a igualdade dos participantes no debate, com estudo prévio dos assuntos escolhidos.

Estes encontros dialogais e a forma adotada têm caracterizado o IEC como um espaço de resistência ao saber por tiras e à mercantilização e espetacularização dos temas culturais.

O IEC se compromete a constituir acervos e a propulsionar estudos e debates nos campos do Direito, da Bioética, da Filosofia Jurídica, da Literatura e das Artes, da História e da Psicologia. Este é o papel social de um Instituto criado pela vontade firme de estudiosos movidos por intensa curiosidade nas vertentes mais significativas do ser humano.

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